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Centro Tecnológico da Cortiça Cria Processo Inovador no Mundo
2005-04-28

O Centro Tecnológico de Cortiça (CTCOR) português criou um processo inovador no mundo que pretende "salvar a cortiça da avalancha de vedantes alternativos", anunciou a directora-geral do CTCOR, Alzira Quintilha.

A responsável afirmou que o "Symbios" é "um processo preventivo de eliminação de cloroanisóis que são compostos químicos que resultam no aroma a mofo vulgarmente conhecido por “gosto da rolha” (no vinho) e que é o principal constrangimento para a indústria corticeira".

O novo processo "consiste em actuar sobre a microbiologia da cortiça criando um factor de inibição para microrganismos que potenciam este “gosto a rolha”", explicou Alzira Quintilha, acrescentando que desta forma "consegue-se que essa reacção de degradação não se dê e não se formem os compostos capazes de gerar esse gosto a mofo".

Uma vez que Portugal é o líder mundial da exportação de cortiça, o processo inovador do CTCOR pode defender o sector, que "emprega muitas pessoas e que é responsável por 3% do Produto Interno Bruto (PIB)", realçou a directora-geral da CTCOR, à margem da apresentação do "Symbios".

Também o presidente da Filcork - Associação Interprofissional da Cortiça - e ex-ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, alertou para as consequências da substituição das rolhas de cortiça por outras como as de alumínio. "As rolhas não são o único produto de cortiça mas são o produto que é o sustentáculo da economia da fileira da cortiça", afirmou.

"Exportamos cerca de 180 milhões de contos (900 milhões de euros) por ano de cortiça, 75% dos quais são rolhas", afirmou Sevinate Pinto, acrescentando que "sem rolha a cortiça torna-se numa casca sem valor".

Uma das duas empresas que já adoptou este processo desde Julho mostrou-se satisfeita com esta mudança. "A utilização deste processo é fácil", disse Vicent Dussaubat, administrador da SERCOR - Sociedade Exportadora de Rolhas e Cortiça.

"Actualmente fazemos duas cozeduras em vez de uma, a cortiça já não desenvolve aquele cheiro típico e o fungo verde que antes aparecia com o processo tradicional já não aparece", enumerou.

"O feedback dos clientes tem sido bom", afirmou Vicent Dussaubat, apesar de reconhecer que "ainda estão curiosos e querem mais certezas sobre este processo."



Fonte: Lusa

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