O Ministério da Agricultura chinês aprovou, no passado sábado, medidas em todo o país para evitar a propagação da gripe das aves, que já provocou no início do mês a morte de pássaros migratórios na província ocidental de Qinghai.
De acordo com a agência Xinhua, serão adoptadas medidas de quarentena, proibindo-se aos seres humanos entrarem nos espaços das aves migratórias, além de outras medidas necessárias de prevenção no contacto com as aves domésticas.
Por outro lado, o Ministério pediu aos veterinários chineses que contactem os departamentos florestais envolvidos para conhecer as espécies migratórias das respectivas regiões, a fim de porem em prática medidas preventivas contra a doença.
Um laboratório chinês confirmou a morte de aves a 4 de Maio passado no condado de Gangcha, província de Qinghai, devido ao vírus H5N1, que pode conter um gene que contagia os seres humanos.
A China accionou há meses fortes controlos sanitários nas suas fronteiras com o Vietname, país onde se registaram 68 contágios de pessoas pelos vírus, 38 das quais faleceram.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) não descarta que o H5N1, mortal para as aves em 100% dos casos, possa também contagiar humanos.
No ano passado, o Ministério da Agricultura chinês reconheceu ter encontrado este vírus em várias instalações de porcos em 2003, o que fez temer que novas mutações permitam que o vírus possa “dar o salto” para os mamíferos.
China: Vacinação em Massa Anti-Gripe das Aves na Área Afectada
Mais de três milhões de doses de vacinas estão a ser aplicadas na zona do país afectada pelo primeiro surto de gripe das aves registado este ano na China.
A campanha de vacinação envolverá a totalidade das aves de criação da província de Qinghai (noroeste), onde 178 gansos migratórios morreram vítimas de gripe das aves.
Esta vacinação em massa das aves de Qinghai foi ordenada depois do Ministério da Agricultura ter confirmado que os gansos, mortos no início de Maio, contraíram o vírus H5N1, considerada a variante mais perigosa da gripe das aves.
Na área em redor do local onde morreram as aves migratórias, na Ilha dos Pássaros, no Lago Qinghai, dentro de uma reserva natural, as vacinações já foram efectuadas no fim de semana e os milhares de vacinas restantes serão aplicadas nos próximos dois adias.
A reserva natural, situada na rota das aves migratórias, e uma das atracções turísticas de Qinghai, província vizinha do Tibete, foi encerrada ao público.
Não há registo de infecções humanas.
As autoridades chinesas acreditam que as aves migratórias são provenientes da região do Sudeste Asiático.
Um especialista chinês defendeu que não há motivo para entrar em pânico devido ao novo surto detectado na China, segundo maior produtor mundial de aves de criação.
"As pessoas não precisam de entrar em pânico e devem estar confiantes de que os novos casos serão controlados. O governo tomou medidas efectivas", indicou Cui Shangjin, especialista do laboratório nacional de referência para o vírus da gripe das aves.
"A China tem um sistema de prevenção, monitorização e diagnóstico maduro", indicou Cui, em declarações à Agência Nova China.
Este foi o primeiro caso registado na China depois das autoridades terem controlado um surto no ano passado, que registou 49 focos espalhados pelo país, mas nenhum caso de infecção humana, depois do surto H5N1 ter explodido na região.
Os países mais afectados na região pelo vírus H5N1, o Vietname, Camboja e Tailândia fazem fronteira com a China.
Pelo menos 53 pessoas (37 no Vietname, 12 na Tailândia e uma no Camboja) morreram 120 milhões de aves foram abatidas devido a dois grandes surtos registados na região desde finais de 2003.
Fonte: Lusa