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Produtores de Vinho Descontentes com Apoios à Exportação
2005-06-14

Produtores integrados numa comitiva de confrarias vínicas de visita a Newark, Estados Unidos, criticaram a falta de apoios adequados à exportação por parte dos organismos ligados aos vinhos portugueses.

O presidente da Federação das Confrarias Báquicas de Portugal (FCBP), Albino Jorge, que organiza a visita, advertiu que "vai ser difícil obtermos os desejados resultados na promoção dos vinhos portugueses no estrangeiro se não concentrarmos acções e verbas dispersas por vários organismos para desenvolvermos uma estratégia concertada".

A maior acção de charme de sempre dos vinhos portugueses no estrangeiro, que decorre até domingo em Newark, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, envolvendo cerca de 200 confrades de 14 confrarias báquicas de todas as regiões vinícolas, revelou, de novo, as ancestrais debilidades da organização e coordenação dos organismos do sector.

Representantes de várias marcas de vinhos presentes manifestaram alguma decepção pela escassa presença, na sessão de provas realizada sexta-feira, de importadores, agentes de restauração, líderes de opinião e jornalistas especializados norte-americanos, questionando o trabalho de preparação da iniciativa, que deveria ter cabido ao ICEP local.

Na opinião do presidente da FCBP, as críticas devem estender-se a quem permite a dispersão de iniciativas, salientando que "há gente a mais à procura de verbas para o mesmo efeito".

Em Portugal são vários os organismos que trabalham na promoção e divulgação dos vinhos no estrangeiro, designadamente o ICEP, IVV, ViniPortugal, Fenadegas e comissões de vinicultura regionais.

Albino Jorge considera que os representantes de dezenas de marcas de vinhos de todas as regiões do país, "que pagaram do seu bolso esta deslocação a Newark, esperavam que os organismos oficiais portugueses tivessem realizado um trabalho de preparação mais eficaz junto dos agentes norte-americanos ligados ao sector".

Este dirigente apontou, a propósito, como exemplo de eficácia, uma acção de promoção levada a cabo por Espanha na primeira semana deste mês, em Nova Iorque, onde, num espaço de cerca de três mil metros quadrados, passaram dezenas de milhares de norte-americanos para contactarem e conhecerem produtos daquele país, como vinho, presuntos, chouriços e queijos.

Confrontado com as críticas dos produtores, Eduardo Souto Moura, delegado do ICEP em Nova Iorque, reconheceu que "há grande dispersão e falta de coordenação entre as várias entidades portuguesas ligadas ao sector".

Quanto ao papel específico do ICEP local, Souto Moura garante que o organismo que lidera "corresponde na medida das suas possibilidades às solicitações que lhe são dirigidas".

Sobre as perspectivas de aumento das exportações de vinhos portugueses para o mercado norte-americano, o delegado do ICEP considera que deve existir "melhor investimento e promoção através de acções bem coordenadas e em que os próprios produtores dêem mais a cara".

Na opinião de Souto Moura, "o mercado norte-americano é um mercado de modas e há especialistas que admitem que Portugal pode vir a ser, neste sector, a tal novidade".

Numa organização da FCBP, cerca de 200 confrades de 14 confrarias báquicas portuguesas deslocaram-se a Newark, aproveitando a importância da comunidade portuguesa local.

Além da sessão de provas de vinhos para profissionais e público em geral, a iniciativa contou ainda com uma missa concelebrada pelos bispos de Newark e da Guarda na Basílica do Sagrado Coração de Jesus, a que assistiram várias centenas de pessoas.

Na sessão de entronização realizada após o serviço religioso, a FCBP distinguiu como novos confrades várias personalidades locais como Robert Menendez, congressista e presidente do grupo democrata no Congresso norte-americano, Devin Nunes, congressista e representante da Califórnia pelo Partido Republicano, Francisco Azevedo, cônsul geral de Portugal em Newark, Armando Fontura, xerife do condado de Essex, Bernardino Coutinho, presidente da fundação com o mesmo nome, e Odete Cardoso, líder comunitária.

Representantes de todas as confrarias báquicas presentes desfilarão na grande e tradicional parada da comunidade portuguesa que se realiza domingo para assinalar o Dia de Portugal, Camões e das Comunidades.

Em 2004, os EUA colocaram-se em sexto lugar entre os principais destinos dos vinhos portugueses (6,47%, excepto Vinho do Porto e da Madeira), sendo precedidos neste ranking por Angola (13,87), França (12,91), Itália (9,39), Reino Unido (8,61) e Alemanha (7,41), conforme valores provisórios do INE.

Segundo dados da Comissão de Viticultura da Região do Alentejo, os seus vinhos são os mais exportados para os EUA (43,2%), seguindo-se os Verdes (20,3), Douro (10,7), Dão (7,4), Setúbal (8,0), Estremadura (4,2), Bairrada e Beiras (3,2), Ribatejo (2,5) e Algarve (0,3).

No que respeita ao Vinho do Porto, os EUA foram, entre Janeiro e Abril de 2005, o sexto maior importador, com 121.054 caixas de nove litros, verificando-se, no entanto, um decréscimo de 16,2% em relação ao período homólogo de 2004.

França, Holanda, Bélgica e Reino Unido ocupam os primeiros lugares.



Fonte: Lusa

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