A comunidade científica está perplexa perante o número de vítimas, na China, causado por uma bactéria vinculada a suínos. As primeiras análises indicam a possibilidade de se tratar da gripe suína.
Já morreram 27 pessoas e outras 104 estão hospitalizadas. As autoridades chinesas identificaram a bactéria Streptococcus suis, que é a comum causadora da gripe suína, e concluíram que todos os indivíduos afectados pela doença estiveram em contacto com os animais ou ingeriram carne contaminada.
Os cientistas garantiram que, até agora, ainda não se verificaram casos de transmissão entre humanos, mas existe a possibilidade da bactéria sofrer mutações que lhe venham a conferir essa capacidade. Tal como no caso da gripe das aves, teme-se que, a assim acontecer, venha a ocorrer uma epidemia de grandes proporções.
Especialistas clínicos explicaram que a taxa de mortalidade devida à doença é demasiado alta e revelaram que muitas das 27 vítimas morreram no espaço de um dia desde o surgimento dos primeiros sintomas – a situação é inconsistente com o que se conhece da gripe suína.
O microbiologista Samson Wong, da Universidade de Hong Kong, avançou que «na literatura do passado, existiram um ou dois casos em que pessoas morreram dentro de 36 horas, mas essas foram excepções e não a regra. As mortes na China são muito raras».
O especialista adiantou que muitos dos pacientes afectados sangravam por baixo da pele, um sintoma que só foi citado na literatura médica em dois ou três casos de gripe suína.
A Organização Mundial de Saúde já declarou que o diagnóstico efectuado pelas autoridades chinesas é consistente com surtos da gripe suína no passado, mas «não está claro para nós por que estamos a ver um número tão grande de casos», disse o porta-voz do organismo, Bob Dietz. Por isso, considera-se que as primeiras conclusões sobre a causa da morte das 27 pessoas são apenas preliminares.
O último surto da gripe suína na China registou-se em 1998 e envolveu 22 pessoas.
Fonte: Reuters e Confagri