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Bivalves com toxinas vendidos às escondidas
2005-08-29

A Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA) acusa os mergulhadores ilegais de apanharem e venderem amêijoa, apesar da apanha de bivalves na ria estar interdita desde o passado dia 11, devido à presença de biotoxinas marinhas.

Os pescadores voltam a queixar-se da falta de fiscalização por parte das entidades responsáveis e alertam do perigo que correm os consumidores que, sem saberem, podem estar a comprar bivalves com toxinas. A Capitania do Porto de Aveiro diz ter a "informação de que existe essa possibilidade", mas até ao momento ainda nenhum mergulhador foi apanhado a pescar bivalves. No entanto, João Velez, comandante da Capitania do Porto de Aveiro, assegura que a fiscalização "está a ser feita" e "com o acompanhamento de outras entidades, nomeadamente sanitárias e da inspecção económica". Insatisfeitos com a fiscalização, os pescadores da pesca artesanal, que desde o dia 11, e de acordo com o presidente da APARA, "estão sem ir ao mar", alertam para as quantidades que estarão a ser extraídas. "Todos os dias são capturados e transaccionados no mercado paralelo mais de três mil quilos de amêijoa", diz Manuel Soares. Se esta situação se confirmar, poderá estar em causa a saúde pública, já que os bivalves que são apanhados na ria estão a ser vendidos com toxinas. Ao que tudo indica grande parte deste produto é exportado para Espanha, graças a documentos que embora sejam legais, não indicam a proveniência certa da amêijoa, que neste caso nunca é da Ria de Aveiro.Manuel Sobral, do IPIMAR, entidade que realizou as análises e responsável pela interdição da pesca de bivalves na ria, afirma que "nós temos conhecimento que andam a pescar e a vender ilegalmente. Mas a verdade é que infelizmente se continua a fazê-lo sem que ninguém faça nada para parar isto".Pedro Fonseca, proprietário de uma loja que vende material de mergulho aos mergulhadores da zona da Murtosa e Torreira, diz ter conhecimento da situação e já ter alertado para "a imoralidade do que estão a fazer". "Eles costumam ser os bodes expiatórios, mas neste caso eles têm culpa. É uma falta de civismo e ganância muito grandes porque nestas alturas de interdição ganham mais". Embora condene a atitude dos mergulhadores, que noutras situações já defendeu, Pedro Fonseca atira o grosso das culpas para os compradores. "São eles as pessoas mais impunes nesta história toda. Os compradores quase que obrigam os mergulhadores a irem à água para apanharem a amêijoa". "Há uma grande falta de bom-senso e de amor ao próximo. Não se lembram que há gente que irá consumir amêijoa com toxinas", acrescenta.



Fonte: Jornal de Notícias

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