12 de Março de 2025
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Consumo de vinho na UE em queda: aposta nos vinhos sem álcool
2025-02-12

O consumo de vinho na UE diminui, e a indústria é incentivada a investir em vinhos sem álcool, com potencial de mercado crescente, para combater a tendência económica negativa.

Apreciar o vinho faz parte da história cultural da Europa, mas a moda agora é beber menos, sobretudo entre as gerações mais jovens.

É por isso que um grupo de especialistas está a incentivar a indústria vinícola europeia a abraçar o mercado crescente do vinho com baixo teor alcoólico e sem álcool. Esta adaptação poderá ser a chave para travar a tendência económica negativa. 

Os cidadãos da UE representam cerca de metade do consumo mundial de vinho, com 107 milhões de hectolitros bebidos em 2023. Mas este é um consumo que está em declínio há muitos anos. 

Entre 2010 e 2020, o consumo de vinho na UE diminuiu quase um quarto. Prevê-se que este declínio continue, embora a um ritmo mais lento. 

As razões para tal, segundo os especialistas, são a preocupação com a saúde e a alteração dos padrões de consumo. Isto fez com que surgisse a ideia de oferecer aos consumidores opções com baixo teor alcoólico ou sem álcool.

No ano passado, a Comissão Europeia criou um grupo de reflexão para estudar a situação do setor vinícola. 

O grupo visava "abordar os desafios atuais que o setor vinícola enfrenta, como as condições meteorológicas extremas, como fazer a adaptação a um clima e a um ambiente em mudança, e também às alterações no gosto dos consumidores", como explica Gerardo Fortuna, repórter da Euronews que cobre o setor.

Dada a atual situação complicada do comércio internacional, a exportação de vinho está em baixa, assim como o consumo interno, diz Fortuna.

Foi por isso que o grupo de reflexão recomendou à indústria que explorasse o segmento dos vinhos com baixo teor alcoólico ou sem álcool, que estão a tornar-se cada vez mais populares.

Existe aqui um potencial de mercado crescente para os produtores europeus, uma vez que a dimensão do mercado mundial de vinho sem álcool irá aumentar dos cerca de 8 mil milhões de euros atuais para 14 mil milhões de euros até ao final de 2031.

Isto representa taxas de crescimento anuais superiores a 10 %. Os maiores mercados são os EUA, o Canadá, a Austrália e a Índia.  

Parece que os orgulhosos produtores de vinho da UE estão finalmente a começar a aceitar a ideia do vinho sem álcool, uma mudança significativa em comparação com a situação de há alguns anos.

No entanto, equilibrar os interesses do setor vinícola tradicional com as oportunidades emergentes é um desafio para os produtores europeus, diz Eric Sargiacomo, vice-presidente da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu.

Mas a indústria está bem posicionada para fazer disto um sucesso, diz ele.

É sempre difícil abandonar tradições há muito acarinhadas e aceitar a mudança, mas, de um modo geral, o vinho sem álcool pode ser uma alternativa saborosa e saudável para quem procura desfrutar de bebidas sem álcool.

E se os produtores de vinho europeus abraçarem completamente esta tendência, poderá ser também uma poderosa oportunidade de negócio para o futuro.

 

Fonte: Euronews

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