27 de Janeiro de 2025
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Cientistas desenvolvem método inovador para garantir a autenticidade de alimentos à base de insetos
2025-01-23

Uma equipa de investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) desenvolveu um método inovador para garantir a autenticidade de rações e alimentos à base de insetos, assegurando qualidade e segurança na cadeia alimentar.

Este estudo foi publicado no Journal of Food Composition and Analysis e foi desenvolvido no âmbito do projeto Pep4Fish, que explora soluções nutricionais inovadoras para dietas de robalo e dourada de aquacultura, baseadas em subprodutos alimentares.

Novo método

Com a crescente procura por fontes alternativas de proteína, como os insetos, o risco de fraude e rotulagem incorreta tem aumentado, levantando a preocupações sobre a segurança alimentar. Para enfrentar este desafio, os investigadores criaram um teste de PCR em tempo real que identifica com precisão duas espécies de insetos amplamente utilizadas na produção de alimentos: a larva de farinha e mosca-soldado-negra.

O novo método destaca-se pela sua sensibilidade, sendo capaz de detetar níveis muito baixos de DNA dessas espécies, mesmo em produtos processados e complexos, como rações para aquacultura ou hidrolisados proteicos (proteínas parcialmente digeridas em pequenos fragmentos (peptídeos)), tornando-as mais fáceis de absorver pelos organismos).

O teste tem capacidade para identificar inclusões de apenas 0,24% destas espécies nos produtos analisados, garantindo a autenticidade mesmo em formulações processadas.

Sustentabilidade

Este avanço é especialmente relevante para a indústria de rações e alimentos, uma vez que a União Europeia tem promovido o uso de insetos como fonte sustentável de proteína, tanto para consumo humano quanto para alimentação animal. Contudo, a falta de ferramentas confiáveis para verificar a composição desses produtos tem sido uma barreira para a adoção mais ampla.

Além de garantir a transparência e qualidade, o novo método também representa um importante passo na sustentabilidade, já que permite certificar ingredientes provenientes de fontes autorizadas, alinhando-se com os princípios da economia circular e do modelo da bioeconomia azul.

De acordo com os investigadores, este protocolo de autenticação não só protege os consumidores e produtores, mas também fortalece a confiança na cadeia de valor de alimentos inovadores à base de insetos, contribuindo para uma aquacultura mais sustentável e segura.

Pep4Fish

Este trabalho integra-se no projeto Pep4Fish, desenvolvido no âmbito do Pacto da Bioeconomia Azul e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O projeto foca-se na exploração de soluções nutricionais inovadoras, utilizando subprodutos de origem animal, como peixes, aves e suínos, bem como recursos alternativos, como insetos. O objetivo é desenvolver dietas inovadoras para robalos e douradas que promovam simultaneamente a saúde dos peixes e a qualidade nutricional para o consumo humano, contribuindo para a redução do desperdício alimentar.

O estudo, publicado no Journal of Food Composition and Analysis, uma revista científica de elevado impacto na área da ciência alimentar, é assinado por Andreia Filipa-Silva, Thaise Martins, Maria J. Mota, André Almeida, Daniel Murta, Luísa M.P. Valente e Sónia Gomes.

Liderado pelo Grupo ETSA, o projeto Pep4Fish conta com a participação de nove parceiros, incluindo centros de pesquisa e empresas: AgroGrIN Tech, B2E – CoLAB para a Bioeconomia Azul (B2E CoLAB), CIIMAR, ITS – Indústria Transformadora de Subprodutos (ETSA); Seaculture (Jerónimo Martins), Savinor e Sorgal (Soja Portugal), Sebol (ETSA) e Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa.

Fonte: Grande Consumo

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