Quanta carne as pessoas devem consumir por dia ou por semana? E os laticínios? E os ovos?
É uma pergunta comum não apenas na mente dos consumidores, mas também na dos produtores de alimentos.
As receitas dos produtos devem aumentar ou reduzir o teor de ovos? O consumo de laticínios está "na moda" ou "fora de moda"? E quanta carne é considerada excessiva?
Tudo isso será respondido por uma nova orientação global para alimentos de origem animal que está atualmente em desenvolvimento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é a responsável pelas diretrizes globais. A agência de saúde da ONU abriu uma consulta pública este mês para reunir o máximo de evidências e insights possíveis para o desenvolvimento de suas diretrizes.
Isso ocorre em meio à crescente compreensão do impacto da dieta na desnutrição e nas doenças não transmissíveis (DNTs).
Alimentos de origem animal são conhecidos por serem boas fontes de proteína biodisponível, bem como vitaminas e minerais essenciais, mas o consumo excessivo pode ser uma má notícia.
Carne processada, carne vermelha e carne gordurosa têm maior probabilidade de estar na lista de desejos dos médicos. Comer grandes quantidades de ovos também pode ser prejudicial à saúde, devido ao alto teor de colesterol presente nos ovos. E o teor de gordura saturada dos laticínios pode aumentar o risco de doenças cardíacas.
Mas, inversamente, a substituição de todos os alimentos de origem animal por alimentos de origem vegetal também traz riscos à saúde. "O consumo de alimentos de origem vegetal pode estar associado à redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis relacionadas à dieta, mas dietas compostas quase exclusivamente por alimentos de origem vegetal podem aumentar o risco de deficiências nutricionais", explica a OMS.
Uma equipa de especialistas recrutada pela OMS é responsável por desenvolver a orientação.
Conhecida como grupo de desenvolvimento de diretrizes da OMS (GDG), a equipa já determinou o escopo da diretriz da OMS sobre ingestão ideal de alimentos de origem animal, após rever a literatura científica.
Além dos efeitos na saúde, o GDG também levará em conta fatores contextuais, como impacto ambiental e sustentabilidade. Riscos microbianos e químicos associados a alimentos de origem animal e vegetal também serão considerados.
Está longe de ser a primeira vez que a OMS estabelece diretrizes globais sobre a quantidade e a frequência de consumo de um determinado alimento ou ingrediente. A agência da ONU já fez isso para proteínas, gorduras e carboidratos, bem como para sal, açúcares livres e calorias totais.
A OMS também está no processo de definir diretrizes globais sobre a quantidade de alimentos ultraprocessados (AUP) que é segura para consumo.
Fonte: FoodNavigator Europe