Tem o nome de INOVOlive e é liderado pela Adega Cooperativa De Freixo De Espada à Cinta e tem como parceiros a LOKI (empresa de investigação, projeto, desenvolvimento e produção de produtos e sistemas com base em tecnologia LED), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e o MORE – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (MORE CoLAB). O projeto, aprovado no âmbito do Portugal 2030, teve início no mês passado e tem como objetivo “trazer a inovação para a cadeia de processamento da azeitona de mesa”. Segundo a organização, a Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo vai conhecer os benefícios da luz LED antes e depois das prateleiras do supermercado e chegar à nossa mesa com um teor de sal reduzido.
O projeto visa a criação de um novo modelo tecnológico, sustentável e estratégico para a indústria de processamento de azeitona, respondendo a uma crescente necessidade dos produtores de otimização e rentabilização, obtendo um produto final de qualidade, com respeito pelas características peculiares da conhecida “Negrinha”.
Teófilo Ferreira, responsável de produção da Adega Cooperativa de Freixo, explica que “o projeto INOVOlive é de enorme relevância para a Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, pois oferece uma oportunidade ímpar, especialmente no que toca à valorização da Azeitona de Conserva da variedade Negrinha de Freixo, uma referência da região”. A responsável adianta ainda que “com a introdução de práticas mais sustentáveis e saudáveis, o projeto abre portas para mercados exigentes e orientados para produtos premium, tanto a nível nacional quanto internacional. A redução de sal, em particular, posiciona a azeitona como uma escolha ideal para consumidores conscientes e mercados cada vez mais regulados”.
Os parceiros do INOVOlive esperam obter, no final deste projeto, Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo embalada em salmoura com teor de sal menor do que a disponível comercialmente, e desenvolver tês sistemas de iluminação LED: um com o objetivo de acelerar a fermentação da azeitona de mesa nos reatores de fermentação, reduzindo em pelo menos três meses o tempo de fermentação, e os outros dois visando reduzir em 99% a carga microbiana das azeitonas e da salmoura no final do processo fermentativo.
Reutilização da salmoura para cultivo de salicórnia
“O MORE CoLAB, mais uma vez, tem a oportunidade de trabalhar com entidades empresariais relevantes no setor produtivo primário, bem como no setor de desenvolvimento tecnológico, de forma a contribuir decisivamente para a criação de modelos de negócios mais sustentáveis e com impacto nas regiões onde está inserido”, afirma Alexandre Gonçalves, coordenador do grupo de Produtos e Processos de Base Biológica do MORE CoLAB. “O nosso foco é a transferência de conhecimento e tecnologia e, neste projeto, focaremos a reutilização da salmoura para o cultivo de salicórnia, um modelo que assenta nos pilares da sustentabilidade e da economia circular”, conclui o representante de um dos parceiros do INOVOlive.
Fonte: iALIMENTAR