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Qualidade dos alimentos vs Confiança dos consumidores
2004-04-06
A confiança dos consumidores no que diz respeito aos alimentos é elevada no Reino Unido, na Dinamarca e na Noruega, ao contrário que em Portugal, Itália e Alemanha considera-se que a qualidade dos produtos alimentares tem vindo a diminuir. Estas são as principais conclusões de um estudo Europeu, intitulado “Confiança nos alimentos na Europa - Uma análise comparativa”. O trabalho apresentado ontem, pela Comissão Europeia, compara os resultados de 8800 inquéritos levados a cabo em seis países: Dinamarca, Alemanha, Itália, Noruega, Portugal e Grã-Bretanha. Analisadas as respostas fica-se a saber que Portugal e a Itália são «regiões de baixa confiança», sendo os britânicos considerados os consumidores mais confiantes numa série de indicadores; uma realidade que deixou surpresos os responsáveis pelo estudo, visto que a Grã-Bretanha tem estado sujeita a sucessivas crises alimentares na última década, nomeadamente relacionados a doença das vacas loucas. E, no entanto, 47% da população deste país acha que é «muito seguro» comer carne de vaca. Em matéria de segurança alimentar os britânicos são os mais optimistas, apenas 12% acredita que a segurança dos alimentos piorou, entre os países estudados. Na Itália, dois quintos dos cidadãos afirma o mesmo, ou seja, que a segurança é menor nos dias de hoje e em Portugal a mesma opinião é partilhada por 33% dos consumidores. Relativamente à qualidade dos produtos alimentares, Portugal é o mais pessimista: 67% defende que a qualidade dos produtos tem vindo a diminuir. Por sector alimentar, os vegetais e a fruta são os produtos que os consumidores, em regra geral, mais confiam. Enquanto, os hamburgueres são os que representam menor confiança, note-se que apenas 6% dos indivíduos classificaram como «muito seguro» ingerir esse produto nas cadeias de fast food. No caso particular português, registou-se um maior número de consumidores que não acreditam na segurança alimentar dos hamburgueres, apenas 2 em cada 100 inquiridos diz que este produto não suscita quaisquer reservas. No que respeita à confiança demonstrada em relação à actuação das autoridades face a uma crise alimentar, em média, menos de 10% dos consumidores europeus consideram que a indústria alimentar diz a verdade em caso de crise; um décimo confia nas cadeias de supermercados; 14 em cada cem acreditam nos produtores agrícolas. As organizações de consumidores, os especialistas em alimentação e os departamentos governamentais são, nos diferentes países, os que mais confiança despertam. Portugal aparece em terceiro lugar entre os países estudados que mais confia nos especialistas.

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