05 de Maio de 2024
Test-Drive
Test-drive
Experimente grátis!
Notícias
Newsletter
Notícias
Duas formas de abordar a segurança alimentar
2008-10-16

Frequentemente assistimos a tomadas de posição por parte dos EUA em diversas matérias, entre elas a segurança alimentar.

Na Europa contamos com um conceito mais avançado, com uma visão preventiva integral, que vai mais além do simples controlo nas fases finais dos produtos.

Entre os múltiplos pontos de divergência, a obtenção de produtos animais saudáveis e, em particular, os procedimentos levados a cabo para garantir frangos livres de microrganismos patogénicos, protagonizam um dos últimos confrontos entre duas maneiras muito distintas de actuar no campo da segurança alimentar.

A presença de microrganismos, potencialmente patogénicos para o consumidor, na carne de frango, principalmente Salmonella, e a sua erradicação, tem sido um tema de principal interesse para a UE, especialmente desde meados dos anos 90, quando se conheceram os resultados de um estudo comunitário que assegurava que uma quarta parte das amostras de frango estava infectada com Salmonella e Campylobacter.

Como resultado das actuações realizadas desde então, e com o reforço após aprovação de uma normativa comunitária em 2004, a situação tem mudado e tem melhorado de forma radical.

Este tipo de problemas é abordado na UE mediante normas sanitárias muito apertadas que se aplicam ao longo de toda a cadeia alimentar, desde o processo de criação, transporte, abate e comercialização das aves.

No entanto, nos EUA esta situação é enfrentada de uma forma muito distinta: longe de desenvolverem e aplicarem sistemas globais de prevenção e eliminação de riscos ao longo de todo o processo, a situação é simplesmente resolvida desinfectando os frangos, no final do processo, com compostos clorados.

Este assunto levante um problema estratégico de base: frente ao custoso sistema europeu de controlo, que abrange toda a cadeia alimentar, os produtores norte-americanos praticam um método pontual muito mais barato que elimina as bactérias no final do processo.

No entanto, surge a preocupação não só da permanência na carne de resíduos dos produtos utilizados, mas também sobre o uso continuado de desinfectantes, que acabaria por criar resistências nas populações microbianas.

Até agora, a comercialização de frangos tratados desta forma está proibida na Europa.

No entanto, já existe um projecto de liberalização que, ao ser aprovado, autorizará a importação provisória durante dois anos de frangos tratados com soluções antimicrobianas, à espera de novos estudos científicos.

Ainda que a rotulagem oferecesse toda a informação necessária ao consumidor, estariam por definir as necessárias obrigações impostas aos restaurantes e refeitórios que ofereceriam este tipo de produto.

A questão é, até que ponto seria lógico estabelecer no seio da UE algumas exigências muito rigorosas, que são cumpridas com um enorme gasto económico e pessoal, para permitir, por outro lado, a entrada e comercialização no mercado comunitário de produtos presumivelmente mais baratos que não cumprem as ditas exigências.

Esta disparidade de critérios na hora de abordar a segurança alimentar em ambos os continentes é no mínimo surpreendente num país como os EUA, no qual nasceu o HACCP como sistema integral de autocontrolo desenvolvido para a NASA, para garantir que os alimentos consumidos no espaço pelos astronautas não representavam nenhum perigo para a sua saúde.

Fonte: Consumaseguridad

» Enviar a amigo

Qualfood - Base de dados de Qualidade e Segurança Alimentar
Copyright © 2003-2024 IDQ - Inovação, Desenvolvimento e Qualidade, Lda.
e-mail: qualfood@idq.pt