Uma equipa internacional de investigadores, reunida pelo projeto BeXyl – Beyond Xylella, financiado pela UE, obteve resultados promissores na aplicação de tratamento térmico para controlar a bactéria Xylella fastidiosa em várias espécies vegetais. Este avanço marca um primeiro passo importante no sentido de fornecer ferramentas seguras e baseadas na ciência para o comércio seguro de material vegetal.
A Xylella fastidiosa é um patógeno vegetal de quarentena capaz de colonizar mais de 700 espécies vegetais, incluindo muitas de elevado valor económico e ecológico. Um surto de Xylella desencadeia restrições rigorosas à circulação de plantas para impedir a sua propagação, o que exerce uma forte pressão sobre os viveiros e os produtores. O tratamento térmico é uma solução bem conhecida para garantir o comércio seguro de material vegetal proveniente de áreas infetadas. No entanto, atualmente, os protocolos aprovados para a Xylella existem apenas para videiras, deixando outras espécies valiosas, como azeitonas e amêndoas, sem procedimentos validados.
O estudo, coordenado pelo CNR – Conselho Nacional de Investigação em colaboração com a ENA – Associação Europeia de Viveiros, selecionou várias espécies afetadas pela Xylella para testar tratamentos térmicos controlados. Estas espécies incluíram louro, lavanda, oleandro, polígala, amêndoa, pêssego, cereja, figo, amoreira, noz e oliveira.
O protocolo de tratamento envolveu a exposição das plantas a diferentes temperaturas por períodos variados, a fim de testar tanto a eficácia do calor na neutralização do patógeno, quanto a capacidade da planta de se recuperar e permanecer viva após o tratamento.
Algumas espécies ornamentais, incluindo louro, lavanda, oleandro e polígala, mostraram alta tolerância ao calor, mantendo a vitalidade e a capacidade de enraizamento.
Amendoeiras e cerejeiras também responderam positivamente aos tratamentos, sem desenvolver sintomas de infeção após o tratamento, e as figueiras confirmaram a viabilidade do tratamento.
No entanto, algumas espécies responderam de forma diferente. A amoreira não tolerou altas temperaturas, enquanto as estacas de propagação da oliveira apresentaram alta mortalidade e dificuldades de enraizamento. Para as oliveiras, estratégicas na região mediterrânica, novos testes em colaboração com viveiros comerciais continuarão em 2026 para identificar combinações precisas de temperatura, duração e humidade que maximizem a eficácia sem comprometer a viabilidade das estacas.
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Fonte: Agroportal